Se decidiu viver a experiência do Caminho de Santiago, aqui trazemos-lhe dados muito relevantes sobre as principais rotas, incluindo mapas e informação sobre as etapas mais importantes. .
Neste mapa, mostramos-lhe as principais rotas do Caminho de Santiago: pode ver a extensão de cada uma delas e escolher a que prefere de acordo com o seu ponto de origem.
O Caminho Francês começa em França, na cidade de St. Jean Pied de Port, embora muitos peregrinos prefiram avançar uma etapa e partir de Roncesvalles, evitando a dureza dos Pirinéus. É o Caminho mais popular de Santiago entre os peregrinos e o que tem mais serviços ao longo do trajeto.
Caminho FrancêsA rota portuguesa começa na capital lusitana, Lisboa. A partir daí continua até Santiago ao longo de 25 etapas fáceis, equipada com todos os serviços necessários. Estas e outras características fazem dela uma rota ideal para todas as idades e condições físicas.
Caminho PortuguêsDesde o seu início em Irún, o Caminho do Norte percorre algumas das mais importantes cidades desta parte da península e outras vilas charmosas: Donosti, Bilbao, Santander, ou Santillana del Mar, Luarca e Ribadeo são apenas algumas das etapas com que se deparará numa das mais antigas rotas que conduzem à capital galega.
Caminho do NorteDe Oviedo e atravessando a região asturiana, o Caminho Primitivo é uma das rotas mais difíceis, mas também uma das mais belas devido ao ambiente natural em que se desenrola. Montanhas, florestas e vales irão acompanhá-lo na sua viagem ao longo da peregrinação.
Caminho PrimitivoNão importa se o fizer desde Ferrol ou desde A Coruña, o Caminho Inglês é uma rota curta que se pode completar em poucos dias, enquanto desfruta da verdejante paisagem galega numa rota longe das multidões, tão típica das principais rotas de peregrinação.
Caminho InglêsEsta é a rota mais longa e começa no sul da península, especificamente em Sevilha. Continua para o norte através de longas etapas que podem ser muito duras se as fizer durante o Verão. Por outro lado, poderemos desfrutar da beleza de cidades como Sevilha, Mérida, Salamanca ou Zamora durante a nossa rota.
Via da PrataPara aqueles que não têm muito tempo mas não querem desistir da experiência jacobeia, existe a alternativa de fazer o Caminho Francês de Sarria. Cobre o mínimo de 100 quilómetros necessários para obter a sua compostela numa rota muito simples e popular que pode completar em apenas 5 dias.
Caminho desde SarriaA alternativa ao Caminho tradicional Português começa no Porto e continua ao longo das costas portuguesa e galega, passando por cidades como Viana do Castelo, Caminha e Vigo. Se escolher esta rota, desfrutará de vistas fantásticas da costa atlântica, numa rota plana com quase nenhuma dificuldade, que a cada ano ganha mais e mais seguidores.
Camino Portugués por la CostaUma rota antiga onde caminhará através de paisagens naturais e longe das grandes multidões de peregrinos. Começa em Ponferrada e atravessa as quatro províncias galegas até se juntar à Vía de la Plata, antes de chegar a Santiago de Compostela..
Caminho de InvernoSe quiser partir da capital espanhola, o Caminho de Madrid é a escolha perfeita. Esta rota tem pouca afluência de peregrinos à sua junção com o Caminho Francês, pelo que pode combinar uma primeira parte de tranquilidade e solidão com a última fase do Caminho, na qual partilhará a sua experiência com outros peregrinos.
Caminho de MadridPara aqueles para quem a chegada a Santiago não é suficiente, existe a alternativa do Caminho Fisterra-Muxía onde pode continuar a sua peregrinação até ao fim do mundo. Literalmente. Desfrute do melhor da Costa da Morte numa rota única.
Caminho Fisterra-MuxíaDe Zamora, especificamente de Granja de la Moreruela, o Caminho de Sanabria estende-se por 13 etapas pontilhadas de mosteiros e paisagens naturais. Etapas planas e extensas dão lugar a outras mais montanhosas que tornarão esta rota muito mais divertida até chegar a Compostela.
Caminho SanabrésO Caminho de Santiago é um conjunto de rotas com diferentes pontos de origem que têm como destino final a cidade de Santiago de Compostela, ou mais especificamente, a sua catedral, onde se encontram os restos do Apóstolo Santiago..
Este conjunto de percursos e a tradição de fazer a peregrinação a Santiago de Compostela remontam à Idade Média, uma época em que caminhantes de toda a Europa iniciaram esta tradição que ainda hoje está viva e que também você pode experimentar, seja a pé, com seu cachorro, a cavalo ou de bicicleta.
Portanto, escolha a sua aventura: pode fazer o Caminho Francês, a mais popular destas rotas, considerada a variante tradicional, ou por exemplo o Caminho Primitivo, a mais antiga e mais difícil de todas.
Se quiser fazer a rota mais longa, a Via da Prata e os seus mais de 900 kms estão à sua espera, mas se tiver pouco tempo também pode preferir o Caminho Inglês.
Seja qual for o caminho escolhido, aqui encontrará toda a informação que necessita de conhecer antes de iniciar a sua peregrinação a Santiago de Compostela.
SABEMOS que o Caminho de Santiago é uma peregrinação com muitos séculos de história. Mas, de onde é que vem esta tradição exatamente? Quem foram os primeiros peregrinos? Por que viajavam para Santiago de Compostela?
A História do Caminho de Santiago começou no século IX, embora haja muitas teorias que asseguram que o Caminho de Santiago já tinha existência em época pré-cristã. Mas a partir de 812 o Caminho a Santiago toma o rumo do culto ao Apóstolo Santiago ou São Tiago Maior.
Especula-se que a peregrinação cristã deu continuidade a uma peregrinação pagã anterior que terminava no cabo Fisterra (em latim: Finisterrae, literalmente "fim da terra"), durante muitos séculos considerado o local mais ocidental do mundo, mas não há quaisquer referências históricas que apoiem tal tese. Porém, de acordo com estas teorias, o Caminho a Santiago já era rota de povos pré-cristãos, como os celtas. De acordo com os restos arqueológicos encontrados e os estudos que se realizaram deles, é sabido que a cidade de Santiago de Compostela era uma necrópole pré-cristã, com dólmens e outros elementos funerários de tempos anteriores ao nascimento de Cristo.
Em 812 produz-se o achado dos supostos restos de Santiago Apóstolo, motivo pelo qual muitos marcam o início do Caminho de Santiago nesta data assinalada. No final do século IX, as culturas cristãs em Europa fazem-se eco deste achado histórico e como muitos devotos do Apóstolo começam a se interessar pelas relíquias de Santiago o Maior e, movidos pela religião, começam a sua peregrinação a Santiago desde diferentes pontos da Europa Cristã.
Conhece-se com certeza a data em que se acharam estes restos, mas a história de como se acharam em aquele lugar e por quê é mais incerta. No momento do achado existia a crença de que as relíquias de Santiago o Maior se encontravam no noroeste da Península Ibérica. Segundo a tradição mais estendida, foi um eremita chamado Pelágio quem viu uma estrela sobre o bosque de Libredón, e isso mesmo comunicou ao bispo Teodomiro de Iria Flávia, quem se deslocou ao local e identificou o achado como sendo o sepulcro do Apóstolo, nos restos de uma antiga capela.
O Caminho a Santiago foi-se convertendo num cruzamento de culturas, aumentando os contatos culturais nos diferentes pontos de Europa
Em menos de dois séculos, a peregrinação a Santiago aumentou de forma considerável. Já no século XI, o número de peregrinos a Santiago é realmente alto. Trata-se de um aumento excepcional para a época, pois as vias de comunicação da Europa eram muito precárias na altura.
A Catedral de Santiago é o ponto final da peregrinação pelos Caminhos de Santiago. Como toda catedral histórica, o seu processo de construção foi muito duradouro, compreendendo muitos séculos de história e muitas mudanças na sua arquitetura.
A origem da Catedral de Santiago remonta-se ao século XI, pouco depois do achado dos restos do Apóstolo Santiago. O rei Afonso II das Astúrias deslocou-se ao local com a sua corte entre 820 e 830, para assegurar com a sua presença que os restos achados eram pertencentes a Santiago o Maior. Naquela altura considerava-se que os reis eram eleitos pelo mesmo Deus, assim que o facto de Afonso II certificar a procedência das relíquias era uma verdade praticamente incontestável.
Afonso II o Casto teria sido também o primeiro peregrino de Santiago da história quando se deslocou ao local onde foram achados os restos com a sua corte. O Casto também mandou construir uma igreja e estabeleceu lá uma comunidade religiosa permanente. Foi lá e baixo o seu reino que se originou o germe da atual Catedral de Santiago de Compostela pois, com o passar dos anos, essa igreja converteu-se num dos principais centros de peregrinação da cristandade e deu origem ao Caminho de Santiago.
Aparte da autoridade do rei das Astúrias, Alfonso II, a promoção de Compostela como capital de peregrinação contou com a confirmação e beneplácito de Carlos Magno, o grandioso imperador de boa parte do que hoje é Europa. Carlos Magno via na promoção da grandiosidade de Compostela como centro de peregrinação uma nova forma de defender as fronteiras do seu império das invasões dos árabes. O culto a Santiago estendeu-se por todo o reino da Galiza no século IX, e durante o reinado de Afonso III -século X-, chegou aos Pireneus, começando a desenvolver-se o Caminho Francês.
DESDE os inícios do Caminho de Santiago, certamente muitas coisas mudaram. Com o passar dos séculos, os motivos de peregrinação variaram, mas outros aspetos do espírito Jacobeu continuam intactos.
Os Caminhos de Santiago espalham-se por toda Europa e vão entroncar nos caminhos espanhóis terminando na Catedral de Santiago de Compostela. Esta rota é percorrida por peregrinos procedentes de vários pontos da Europa e embora tem uma forte essência na religião cristã, o Caminho de Santiago é aliás uma via cultural, de contato entre diferentes culturas europeias. É o primeiro itinerário cultural e religioso da Europa e, desde 1993, está listado como Património da Humanidade pela UNESCO.
O Caminho de Santiago é uma peregrinação que atrai pessoas de todo o mundo por motivos que podem ser religiosos, culturais ou turísticos.
Desde o século IX o Caminho de Santiago é um ponto de convergência entre diferentes culturas. Já naquela altura, os devotos procedentes de diferentes pontos de Europa peregrinavam a Santiago criando um movimento multicultural em que se trocavam ideias, notícias e a cultura fluía entre diferentes locais. Você sabia que o Caminho contribuiu à chegada à Península dos principais movimentos artísticos de moda na Europa?
Atualmente as coisas são diferentes, mas o espírito do Caminho de Santiago continua a ser o mesmo. Peregrinos de todo o mundo decidem começar este caminho a partir de recantos muito distantes: Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Japão, China, Argentina, e bem mais.
Embora os motivos religiosos não sejam os mais comuns na atualidade, não devemos esquecer-nos de que o Caminho a Santiago tem sua origem na devoção cristã pelas relíquias do Apóstolo.
A religião é um importante motivo pelo qual fazer esta peregrinação. Tanto a origem deste Caminho como a importância da Catedral de Santiago são motivos suficientes para aventurar-se a percorrer a rota jacobeia.
Aliás, o Caminho tem um forte fator espiritual: trata-se de uma comprida rota até Compostela que nos oferece tempo para pensar e para desenvolver a nossa própria espiritualidade. São muitas as pessoas que consideram que o Caminho de Santiago é a melhor via para conhecermo-nos a nós próprios e desenvolver um lado espiritual próprio.
A rota jacobeia tem imenso valor turístico, não importa o caminho que você escolha, pois em todos os Caminhos de Santiago de Compostela você vai passar por muitos dos pontos mais atraentes da Península Ibérica.
O Caminho de Santiago é perfeito para conhecer muitos locais diferentes: grandes cidades, vilas com encanto, aldeias, zonas de natureza, rincões com legendas quase esquecidas... Além dos muitos pontos de interesse cultural, não nos devemos esquecer dos bens do patrimônio intangível que vamos encontrar no nosso caminhar, como por exemplo as tradições, as línguas, a gastronomia...
Em resumo, o Caminho de Santiago é uma forma original de fazer turismo, combinando fatores culturais com o facto de ser uma experiência única de autoconhecimento.
Seja qual for o seu motivo, planeje a sua viagem conosco nos mínimos detalhes.
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